Compartilhando trabalhos recentes

Quando estávamos escrevendo o livro Design Livre, em janeiro de 2012, tinha acabado de terminar uma especialização em Design de Interação na PUC-Minas. E o trabalho era justamente sobre o tema, olha o título; Inovação no Design de Interação: Design livre para modelos sustentáveis. Tratava o design livre como processo de inovação que podia ser utilizado para projetos de design sustentável e emocional.

À época não disponibilizei o trabalho, já que a própria banca recomendou tentar aprová-lo em um mestrado. Os temas eram muito densos e novos, por isso seria ideal ter mais tempo para estudá-los. Foi o que fiz. Organizei o trabalho em uma pré-projeto de mestrado. Me inscrevi na UEMG, que tinha uma linha de pesquisa voltada para inovação e sustentabilidade. Mas sequer passei da primeira etapa de seleção que era a análise do pré-projeto. Fiquei arrasada…. Será que o projeto era tão ruim assim?

Resolvi verificar e inscrevi o mesmo projeto na seleção do mestrado em design da UnB. Não me lembro bem da nota desta etapa, mas no final do processo acabei passando em primeiro lugar! Como não fazer? Me mudei para Brasília e poucos meses depois fui também selecionada para uma consultoria no Ministério da Justiça. Exatamente na secretaria que articulou junto ao culturadigital.br a consulta do Marco Civil da Internet, em 2009. Todo um novo universo se abria ali. O Participa.br estava sendo lançado e o Gabinete Digital do Rio Grande do Sul estava a todo vapor.

Conversei com meu orientador e resolvi mudar de tema. Daí nasceu a dissertação Democracia 3.0: Interação entre governo e cidadãos mediada por tecnologias digitais, em que faço uma análise das consultas públicas interativas promovidas pelo governo federal  a partir do Marco Civil. A partir desse mapeamento foi possível traçar um conjunto de recomendações que compilo no trabalho. Agora sim, tudo disponível e publicado nos links acima!

Estruturas abertas e design paramétrico

O projeto Open Structures é uma iniciativa holandesa para definir uma série de componentes para criação de estruturas arquitetônicas ou de produtos. Os componentes são projetados para funcionar da maneira mais genérica possível, permitindo os mais diferentes usos. Um exemplo de estrutura criada pelos visitantes da exposição Designing Scarcity do Nieuwe Institute

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Todos os componentes devem obedecer a regra do grid de padronização, para garantir sua compatibilidade com outros componentes. Assim, cada contribuição ao sistema enriquece todas as outras.

Um exemplo interessante de produto criado com estruturas abertas é o aquecedor de água de Jesse Howard.

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O projeto inclui também um planejamento de custos para produção em massa, demonstrando a viabilidade do produto.

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Junto com colegas, Jesse está começando um novo projeto intitulado hackeando os objetos de casa. A proposta é desenvolver produtos baseado no princípio de design paramétrico, ou seja, projetar componentes genéricos que podem ser customizados de acordo com parâmetros pré-definidos. Esses parâmetros podem ser combinados de diferentes maneiras, gerando variações de um mesmo produto. A ideia é que o próprio usuário tenha a capacidade de fazer essas mudanças.

Controles para transformar o videogame em arte

Dois projetos de design livre estão surgindo no cenário artístico internacional. O primeiro é o Ming Mecca, que consegue rodar e modificar jogos antigos de Atari como se fosse um sintetizador musical/vídeo.

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A mesa de controle permite provocar os glitches que eventualmente acontecem nos jogos antigos. Veja uma performance:

O outro projeto, feito por um dos integrantes do Ming Mecca, é o illucia, parecido, mas com menos opções e feitos para usar no computador. Uma diferença fundamental é que ele não faz o input direto analógico, mas converte do analógico para o digital, ou seja, é mais preciso.

O illucia é feito com Arduino e os games com Processing. O autor disponibiliza inclusive as instruções de como montar o seu, porém, se você quiser comprar ele está fazendo uma edição limitada de 20 peças custando 500 dólares cada. O preço é salgado, mas é uma forma interessante de sustentar um artista.

Vale à pena ver os exemplos de patches que o artista fez.

Ambos os projetos tem hardware e software livres, além da documentação do processo de design. Me lembrou o Gameshark.

O projeto de educação de uma criança

Meu filho e eu demos uma palestra na Campus Party sobre design para nativos digitais. Os nativos digitais costumam gastar as horas mais valiosas da sua infância interagindo com videogames. O problema é que esses videogames estão colocando a cultura da criança dentro de uma caixa preta, inacessível para as crianças marcarem seus próprios valores. Os jogos que meu filho anda fazendo no Scratch mostram que programação para crianças não é um passatempo para gênios, mas uma maneira da criança ser mais ativa na sua inserção na cultura.

Mais detalhes no Usabilidoido.

Fattelo: uma design startup financiada colaborativamente

Um grupo de designers italiano desenvolveu uma lâmpada que pode ser feita à partir de uma caixa de pizza. Os arquivos digitais e o manual de como fazer foi disponibilizado online.

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A lâmpada em si não tem nada de especial. Ela foi apresentada como um tira-gosto do que essa equipe de designers pode fazer. Eles fizeram uma campanha de crowdfunding e obtiveram o financiamento para abrir a empresa, que desenvolverá projetos similares.

O vídeo abaixo explica como foi o processo de desenvolvimento colaborativo e aberto.

Saiba mais sobre a Fattelo.

Oosterwold, um bairro projetado pelos próprios moradores

A cidade de Almere, construída sobre o mais recente aterro do país, terá um bairro especial onde as leis estritas de urbanismo serão relaxadas em favor da liberdade de projeto dos moradores. Em compensação, eles terão que se responsabilizar por serviços que em geral são fornecidos pelo próprio governo, como energia elétrica, água e esgoto.

Através de um website, os moradores poderão se organizar para dar coerência ao planejamento distribuído. Esse bairro é um experimento que se der certo, poderá se implementado em outras áreas do país.

Saiba mais no site da empreitera responsável.

Série de documentários sobre códigos criativos

O pessoal do Ultra Lab, da Espanha, lançou semana passada o primeiro documentário da série sobre códigos criativos, que tratará de três linguagens de programação livres: processing, open frameworks e Pure Data. Vale muito a pena assistir. Além das referências sobre a evolução da computação, o primeiro documentário mostra um pouco das possibilidades criativas dos software livres e da importância dos códigos abertos.

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